Em
poucos meses começará o maior espetáculo de diversão e entretenimento da terra:
a Copa do Mundo.
A hora do show está chegando e bilhões de pessoas acompanharão os 64 jogos
entre as 32 seleções no período de 12 de junho a 13 de julho de 2014.
Milhares de pessoas, centenas de empresas dos mais diversos segmentos e o setor
público estão mobilizados em torno do megaevento. Os holofotes e as atenções
estão voltados para cá. No entanto, a falta de um amplo projeto e um modelo de
gestão eficaz, dinâmico, focado e multidisciplinar para a Copa do Mundo, faz
com que seis anos após a nossa escolha como país sede, presenciemos ações
isoladas sem que tenha sido estabelecida uma rede integrada e conjunta das
partes envolvidas.
Também não soubemos captar os ensinamentos da obediência oriental, da rigidez
alemã e do desejo de superação sul-africano, marcantes nas últimas Copas.
Aliás, qual é nossa marca? Será a cultura do “no fim dá certo”, do país
acostumado ao improviso, o jeitinho brasileiro?
Aliás,
desde a largada faltam governança, planejamento, funções definidas e delegadas,
gestão eficaz e transparente, o que limita a sua execução e torna o volume de
investimentos e a gestão financeira incontroláveis. Perdemos muito tempo na
definição das cidades-sedes, com negociações políticas, licitações e demoramos
a entender o “Padrão FIFA”, mesmo conhecendo as regras do jogo antecipadamente
à nossa candidatura.
A Copa de 50 nos apresentou uma dolorosa e inesperada derrota para o Uruguai,
perdemos parte da autoestima, instalou-se um sentimento de nação frágil e de
incompetentes, fadados ao eterno fracasso. Olhando para trás e analisando os
fatos, para quem será que perdemos o título? Para a falta de projeto, de
governança, de planejamento, de execução e do “já ganhou” por sermos país sede,
sinais similares aos de hoje, ainda mais após a conquista da Copa das
Confederações.
Temos também bons exemplos de organização, planejamento e governança, como a
conquista do tetracampeonato de 94 nos EUA, onde o técnico Parreira se mostrou
um excepcional estrategista, com postura de gestor, capaz de gerir pessoas,
processos e gerar o resultado esperado.
Passados 64 anos, a história nos mostra que somos deficientes em organizar
eventos esportivos de grande expressão e mesmo pentacampeões sequer seremos
respeitados como anfitriões em 2014, pois várias seleções estão habilitadas a
ganharem o título mundial.
O megaevento esportivo certamente representa ganhos com infraestrutura,
educação, segurança e saúde, mas a grande sacada é aproveitarmos a autoestima
instalada para promover um crescimento profissional e pessoal, elevando os
atuais patamares de negócios a uma excelência de classe mundial em
sustentabilidade e competitividade.
A Copa traz lições e deveres que apontam para várias direções: às
confederações, federações e clubes, que necessitam rever seus atuais modelos de
negócios e de gestão; às empresas, que necessitam inovar nos processos, alinhar
seu core business, desenvolver seus profissionais e acessar novas ferramentas
estratégicas como diferencial competitivo; ao setor público, que necessita dar
solução às questões tributárias, a burocracia, aos gastos públicos, a corrupção
e ao déficit de infraestrutura.
O
desafio está lançado!